19.10.09

Meu melhor passeio é quando em você. Consigo enxergar a sua curiosidade, ainda de olhos fechados ...

Fica assim

Agora, você me diz pra soprar a última chama. Onde sujo o dedo de escória, do fogo de dor, ardor. E a chama antiga, que se mostrou tão vermelha por queimar em brasa, notou-se espirrada de sereno, que mais me pareceu um dilúvio realmente súbito. E que, enfim, molhou. Apagou... Todo. Tudo virou fumaça, virou breu contínuo em dias cinzas nas cinzas que, pra mim, restaram. Por favor, peço que me retire dessa escuridão! Mostre-me seu sol pra eu mesma brincar com a minha sombra. Ascenda essa luz pra mim e diga que ainda tenho mais uma chama, mais uma chance. Não te acho, preciso te tocar, inventar que não é quimera. Mas antes, necessito me encontrar. Anda! Não vê que em você, o meu corpo ficou? Não escuta a minha voz rouca que nem mais assobia? Que chora quando evapora sua melodia? E escoa porções de saudade em um cru retrato seu? Seu vulto ficou e me aparece latejando como um sinal de amor arrancado... Porém, mesmo não mais avistando o clarão que me adornava, me encaminho ao que preciso continuar. Crer que ainda se trata de vida e que ela depende de mim pra sobreviver. Ainda tenho que, em outros rostos, incandescer. Devolva minha luz! Se assim, pra você, fica melhor, eu domino a falta que provoca por aqui. Aqui mesmo, onde você já clareou, fez brilhar amor...
E aí, vai ficando assim... Contento-me com esse seu último sopro que apaga e evapora o que, em lindos momentos, foi tão iluminado.

7.9.09

...Ah braço!

Bom Dia!
Tava tola desde antes de o dia abrolhar, previsão inusitada de sentimentalidade demasiada. Estava bordada de pétalas, sensível até não poder mais.
Vamos lá, um banho de sal grosso faz bem.
__Respire, pense, cometa, espere, confie! Neste seu papel, a menina não atuava. Respirava precariamente, pensava em tudo e não chegava a nada, cometia escorada e sempre, sempre lhe carecia a esperança. Seu pavor do mundo era menos grande quando ela era menor e a pressa do vento trouxe-lhe agonia, ansiedade, dor.
Desabou em si num desafogo altamente compassivo, duas vezes. Na segunda vez teve um abraço bem dado pra apoiar-se.

( E que abraço! )
Aí se acalentou num conforto de braço alentado. Aquele adorno acolheu a menina e ela cuspiu o restante de desgosto que em si, incluía. Na letargia da tarde ela começava a se abarcar como nos outros domingos coloridos. E agora sim... Nos olhos do moço-do-abraço já eram vistos paisagens lindas em negrito do amor da menina. Suspirou. Se encheu de ar, cometeu, esperou, cofiou. Enfim, se escafedeu em luz. Ganhou o dia perdido. Aceitou e ainda acreditou na dor, lhe ensinaram que era a maneira única de se esquivar depois. Ah... Agora a menina é menina nova, tem vida e abocanha todos abraços no mesmo. No único. Se salva, se varia, falseia, permeia, corre e assim caminha. Mas faz isso todos os dias... E ama também, nem que em pensamento.
Agora ela dorme, sente muita saudade, mas quer
cantar.
Boa noite! Um abraço... ( E que abraço! )

12.5.09

Desanuviar

Varrendo as sombras do meu caminho, em maneira sabida, fui ser ancila da sua vivacidade que se fazia na varanda no outro dia de manhã cedinho para abrir meus olhos. Hora que passeia a paz, onde tudo é ainda muito desenhado, emprestado ao nosso anseio justo de consumir vontades. Naquela luz brilhando quieta, ainda clareando, calcei os chinelos, vesti simpatia. Dispersa pra compor meus vastos sintomas, as vezes desaparecia, mas mesmo desprevenida eu ainda me deparava num recomeço único para nossos movimentos. Na verdade, é que abocanho essa sina que cata seus sentidos.
Eu saboreio as suas cores. Acho o dúbio em canto pra melodia, emudecendo a dúvida. Colhendo brotos... Cifrando vida... E assim descobrindo essa rima toda que se traduz em um apego júbilo de desejo.
- Ensaio com você, em tentativa para minhas invenções...

12.4.09

Não cai, mas balança

Peguei meu amor e pendurei no varal depois de limpo. O vento secou sem o calor do seu sol. Mesmo assim eu o guardei. Ainda desbotado era peça única, ficou marcado. Marcado por um ferro que com brasa quente, derretia a seda amarrotada de ansiedade e aguava minha parte bonita, bem passada, aquela... do passado. Sobre o afetuoso elo calado que se içava aqui por dentro, saltei em um beco de flores. Chamei o tempo de solução. Cantei proezas e sorria amores.
Aquele mesmo tempo já sabia sua vez...
E com conhecimento me disse: vida é emoção! É agora, é movimento, é feito. Depositei saudade nas vontades do meu corpo e carreguei com muita fortaleza. Talvez por este excesso, senti seu peso e pousei na agonia cansada. Bom ou ruim fui motivo de sensação para abrigar nossos desejos em meu amor:
Coberto sem teto; Regado com terra; Plantado em pedra.
Um brinde ao nosso mundo consumado. O vento daqui é muito forte ...
Agora eu não concluo, mas por você guardo este amor, ele também sentiu frio. pendurado alí, no varal, tão só. E agora dorme limpo, em paz, tranquilo, macio... Outro dia me despregador. Se ao acaso eu me soltar é porque continuei aí do lado, no nosso ocaso escuro, em cenário para enamorados.
(tin tin)



23.3.09

Nem que eu possa...

(musicada)
Posso me doar aos poucos, nem que por um verso
Posso me tornar lamento, nem que por insegurança
Posso me encher de poesia, nem que por implicância
Posso me jogar pra fora, nem que por arrepio
Posso me enganar de novo, nem que por ousadia
Posso me jurar motivo, nem que por agrado
Posso me mostrar sozinha, nem que por falta
Posso me depor em sonho, nem que por auxílio
Posso me dizer feliz, nem que por pose
Posso me contar que sou, nem que por do sol
Nem que por tentativa, posso-me em
possibilidades.

22.3.09

Alma Condoreira ☼

Em um sonho de vôos altos, eu dormia no sentido de acordar despertando o anseio vivo de alcançar o até pouco tempo aparente. E tratei.
É que eu já estava enfadada sobre os palpites e sugestões vagas, ansiedade acordada na vontade e empates. Dessa vez eu queria mesmo era a sensação de obra, de feito, de fruto (maduro).
Cheguei a me vestir de sentidos oblíquos, mas todos num figurino ainda aceito. Foi então, que mesmo audaz, me vi explanada numa alma condoreira, alta e corajosa. Voava e alcançava um ser. Ser sem ser outro além do único que eu ainda conseguia reconhecer. Foi lá. O sentido lá longe. Pertinho do teto, ainda revisando meu céu, me oferecia às expressões das nuvens e me deparava com o infinito. Dentro de seu inteiro, imenso... Quando depois daquela empreita toda, acordei. Botei fermento no sorriso, renasci com o dia. Conseguia combinar a satisfação com um reflexo na margem da miragem que faltava. O alvo.
Maldita hora que eu contradisse lembrando que voltaria em sonho.
E naquela gula insaciável, acabei num papel de serenidade pra sua saudade...

Vazo amor, num tanto.

A.C.

25.2.09

Mudansia

Me alimentando por inteiro. Estou fazendo falta, me sinto ausente. Tenho saudades de mim...

Do gosto pelo atraente, do fascínio pelo moderno, de seduzir o charme e beliscar a atração.

Sinto-me ausente mais uma vez, mas foi em apenas um instante.

Eles me serviram e hoje tôo aos paladares somente quando me engodam, alguns nunca entendem a poesia. Me transformo a cada segundo, a cada fala, a cada banho, a cada gole, a cada tapa, a cada beijo.

Agora mordo a maçã e não a mastigo, entorto a garganta e engulo todo mel que me adoçou... Mostro aos poucos os detalhes do inteiro que eu vivo, sou a menos boba, acredite.

E pra quem nunca viu, mostro-lhes a cara lavada, mudou a farsa brotada no nu dos meus lábios antigos... Até logo ausência.
Tendo tanto, tardo. Tampo todo tempo, ando. Me encontro...