17.10.10
E a noite dormia...
E o sonho vigorava
E os dias nasciam e morriam
Eu então te encontrava e sempre me perdia...
Me deparando em conclusões exclusivas e momentaneamente eternas:
Já era tarde. E agora também é.
Agora é tarde.Tarde demais pra não te amar...
7.7.10
13.5.10
Óia! é meu benzin alí, ói.
Só vejo é só ela
Se aprochegue meu xodó,
pr’eu aqui te oiá e dá um dengo
Num abusa da sodade q’eu tô
Faz esse alvoroço não, ô!
Nóis num tem que se arretá
Esse troço de ficá bicado, é muganga!
Tu sabe q’eu num sô cabra cabuloso
É de caju em caju que dô uns gole
E foi só um goró muidêro
Foi goró de noite de lua sem teu chêro
Aquele chêro danado de bom,
chêro seu no pescoço meu
É amô que dói e escorre ardendo os ói
Ispia, eu que num choro, to chorando.
Já viu isso?
Me óia aqui, neguinha
Já to amostrado de novo, assunta!
Num manga assim do home que te ama
te ama d'um jeito tão lesado,
mermo assim: meio troncho e mal’acabado
Num me dá esse susto
Diz que é migué, anda
Tô todo aperriado, amoado
E largado em terra quente de queimá os pé
Minhas blusa num tem mais pitoco
Minhas calça ta c'uns remendo frouxo
que nem eu, sem ter pertin de mim, ocê
Vem muié, to cá te esperano,
jurano num tomá de novo
Agora só vô tomá um café bem forte
Pra dá sustança na hora dos carinho
pra dibaxo do cangote
Ocê pensa que eu num me alembro
de quanto tu vinha pelas brecha
me encarinhano?
Ah, minha nega... Eu sinto é falta!
Vem cá, pra eu te apanhá no colo
E tu me sorrir esse surriso bem feito de manhã cedim
ô mulhé, ja que tamo por que num fiquemo?
Eu vô esperá.
Por que eu sei, benzim, que nesta hora cê aparece
E aí, bem antes da sua chegada
Eu já alumio com nossa morada
Por saber que daqui há pouquinho
Tem folia na calçada e felicidade dentro de casa.
28.3.10
24.3.10
14.3.10
entre esses papos beócios I.
__ Abre os braços
__ vai me abraçar, é?
__ já estou te abraçando
__ é que você é tão pequenininho...
__ sou, minha pequena?
__ o que? lindo?
__ Não. Pequeno... Você não disse?
__ ah é! (riso)
__ Boba!
__ namorado da boba, é o que?
__ pequeno uai
__ Não! Era pra você ter respondido: bobo
__ Ah, entendi.
__ Entendeu o que?
__ Pergunta de novo
__ namorado da boba, é o que?
__ É a primeira pergunta
__ (...) Se você me ama?
__ Eu te amo! Mesmo assim... Pequeno e bobo.
(suspiro)
12.3.10
Em branco
Longe ou perto, já fomos contidos no enredo do nosso destino e assim não estaremos mais avulsos de qualquer outro tempo. Agora você pode rabiscar em mim, o que diz ser rascunho para as suas incertezas. Enquanto isso, à meia luz, a melodia se propaga e nosso amor se desnuda em cenário envolvente para o desvario se acomodar.
(Nos leia, nos interprete, se entregue ao nosso romance)
22.2.10
Acorda, desperta e alumia! (ainda que sem folia)
... sono da tarde, combinar de sonhos de gente que é tanta e não se acaba/ anseios cometidos ou incansavelmente esperados/ Cor de saudade, melancolia contornando a combinação lilás/ Ocaso suave na hora certa pra paz perambular/ Entre um canto e outro. Ruas, vielas, eles e elas/ Rostos de novo. De ontem. Anteontem. Do Antigo e do moço/ São sempre dias com caras novas/ Cada dia com uma coisa pra contar, o formato pode até ser igual/ Moldura, nem o possui. O dia é, na verdade, livre/ E nele, é bom estar. Estar por si só, nessa coisa de ser/ Morar no tempo sem muito a abocanhar/ Luz brilhando quieta, vestindo calmaria. Isso já reluz!/ Em meio a todo agito, o carnaval apita apito/ Acabou-se a festa, eternizou-se a magia!/ Gosto quando penso que vou .re.começar tudo de novo de dias em diante/ A manhã vigora só amanhã cedo/ E a tarde (agora) me abraça com ar de dia feito/ E enfim, este perene dia dorme/ No ecoar do finalzinho da melodia, que também nem se acaba/ Fim que não morre. Vem só pra dar sabor, sintonia, poesia...
“Quarta-feira de cinzas”, não sei a data. ?/02/10... Depois ajeito esse desajeito. Vou dormir com o dia, e renascer com o mundo! Aninha (xará), obrigada pela inspiração.