23.3.09

Nem que eu possa...

(musicada)
Posso me doar aos poucos, nem que por um verso
Posso me tornar lamento, nem que por insegurança
Posso me encher de poesia, nem que por implicância
Posso me jogar pra fora, nem que por arrepio
Posso me enganar de novo, nem que por ousadia
Posso me jurar motivo, nem que por agrado
Posso me mostrar sozinha, nem que por falta
Posso me depor em sonho, nem que por auxílio
Posso me dizer feliz, nem que por pose
Posso me contar que sou, nem que por do sol
Nem que por tentativa, posso-me em
possibilidades.

22.3.09

Alma Condoreira ☼

Em um sonho de vôos altos, eu dormia no sentido de acordar despertando o anseio vivo de alcançar o até pouco tempo aparente. E tratei.
É que eu já estava enfadada sobre os palpites e sugestões vagas, ansiedade acordada na vontade e empates. Dessa vez eu queria mesmo era a sensação de obra, de feito, de fruto (maduro).
Cheguei a me vestir de sentidos oblíquos, mas todos num figurino ainda aceito. Foi então, que mesmo audaz, me vi explanada numa alma condoreira, alta e corajosa. Voava e alcançava um ser. Ser sem ser outro além do único que eu ainda conseguia reconhecer. Foi lá. O sentido lá longe. Pertinho do teto, ainda revisando meu céu, me oferecia às expressões das nuvens e me deparava com o infinito. Dentro de seu inteiro, imenso... Quando depois daquela empreita toda, acordei. Botei fermento no sorriso, renasci com o dia. Conseguia combinar a satisfação com um reflexo na margem da miragem que faltava. O alvo.
Maldita hora que eu contradisse lembrando que voltaria em sonho.
E naquela gula insaciável, acabei num papel de serenidade pra sua saudade...

Vazo amor, num tanto.

A.C.