13.5.10

Óia! é meu benzin alí, ói.

Só vejo é só ela

Se aprochegue meu xodó,

pr’eu aqui te oiá e dá um dengo

Num abusa da sodade q’eu tô

Faz esse alvoroço não, ô!

Nóis num tem que se arretá

Esse troço de ficá bicado, é muganga!

Tu sabe q’eu num sô cabra cabuloso

É de caju em caju que dô uns gole

E foi só um goró muidêro

Foi goró de noite de lua sem teu chêro

Aquele chêro danado de bom,

chêro seu no pescoço meu

É amô que dói e escorre ardendo os ói

Ispia, eu que num choro, to chorando.

Já viu isso?

Me óia aqui, neguinha

Já to amostrado de novo, assunta!

Num manga assim do home que te ama

te ama d'um jeito tão lesado,

mermo assim: meio troncho e mal’acabado

Num me dá esse susto

Diz que é migué, anda

Tô todo aperriado, amoado

E largado em terra quente de queimá os pé

Minhas blusa num tem mais pitoco

Minhas calça ta c'uns remendo frouxo

que nem eu, sem ter pertin de mim, ocê

Vem muié, to cá te esperano,

jurano num tomá de novo

Agora só vô tomá um café bem forte

Pra dá sustança na hora dos carinho

pra dibaxo do cangote

Ocê pensa que eu num me alembro

de quanto tu vinha pelas brecha

me encarinhano?

Ah, minha nega... Eu sinto é falta!

Vem cá, pra eu te apanhá no colo

E tu me sorrir esse surriso bem feito de manhã cedim

ô mulhé, ja que tamo por que num fiquemo?

Eu vô esperá.

Por que eu sei, benzim, que nesta hora cê aparece

E aí, bem antes da sua chegada

Eu já alumio com nossa morada

Por saber que daqui há pouquinho

Tem folia na calçada e felicidade dentro de casa.